Berzoini admite fundamento no cálculo de impacto com alta do Fistel
Após receber um estudo de impacto das operadoras, que apontavam para um "cenário devastador" no setor com um possível aumento do Fistel em 189%, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, preferiu não rebater as críticas, mas admitiu haver fundamento na previsão das empresas. "Cálculo de impacto, tanto o ministério quanto o setor privado têm. Em termos de impacto de custo, são (resultados) parecidos", afirmou ele nesta quinta-feira, 18. De acordo com estudo do SindiTelebrasil apresentado ao Minicom na quarta-feira, o crescimento das taxas provocaria um aumento de R$ 3 bilhões para R$ 8,5 bilhões no desembolso anual das empresas, que teriam os custos impactados em mais R$ 5,5 bilhões.
Apesar de reconhecer o impacto, ele sinaliza, entretanto, para a necessidade de alguma correção no Fistel. "Evidentemente recebemos questionamentos das operadoras, mas já tínhamos conhecimento que o governo avaliaria taxas defasadas, que estão há vários anos sem ajustes", disse Berzoini. "Temos que avaliar todos os aspectos, inclusive o fato de estar há muito tempo congelada esta taxa." Ele garante que irá levar esse estudo de impacto e os questionamentos das teles para a presidente Dilma Rousseff, após "debater com firmeza e consistência" com o governo.
"Com a área econômica já conversamos, falaram que quando houver (decisão sobre o aumento do Fistel), se houver, o Ministério das Comunicações será ouvido", completa o ministro, sem querer dar prazo. Como o problema envolve outras pastas, os Ministérios do Planejamento e da Fazenda, as operadoras deverão procurá-las também. "A gente reconhece que a preocupação do setor privado tem relevância e dialoga com a realidade."
O ministro esteve em Sorocaba, interior de São Paulo, para a inauguração da expansão da fábrica de fibras óticas da Prysmian.