Crise econômica brasileira não assusta, garante CEO global da Oracle
Se olhasse apenas para o resultado da empresa no mercado brasileiro, o CEO global da Oracle, Mark Hurd, garante que não teria a imagem de que o país atravessa uma crise econômica. “Estamos crescendo na América Latina e o país permanece como um grande mercado e nossas expectativas para ele continuam altíssimas”, reforçou o executivo ao participar do Oracle OpenWorld Latin America, realizado em São Paulo. Ele considera que prova disso é o data center da companhia, prometido há dois anos e que será inaugurado em agosto. “Esse é um marco importante para nós”, disse, sem revelar detalhes sobre investimentos e parcerias. A aposta também se reflete em outros países latino americanos tanto que foram contratados recentemente 1,2 mil funcionários para a região.
O otimismo de Hurd praticamente confirma o discurso feito pelo executivo no ano passado, em sua terceira visita ao Brasil e a primeira como CEO da empresa. Na ocasião, quando havia prenúncios de uma desaceleração econômica, ele afirmou que, contrariando as expectativas, aquele era o momento certo para investir. Como exemplo, citou o fato de a Oracle ter investido, e expandido, em países europeus que atravessaram grave crise econômica e recessão.E, ao que tudo indica, não parece ter se arrependido da decisão.
O datacenter da Oracle será localizado em Campinas e nas próximas semanas entra em fase operacional, apesar de oficialmente só ser inaugurado em dois meses. Ele estará conectado a outros 19 centros de dados mundiais que, juntos, processam mais de 33 bilhões de transações por dia, distribuídas em 54 mil devices e com capacidade para suportar 700 petabytes de storage.
De acordo com o executivo, o datacenter terá um papel importante para aprimorar o nível de serviço na região, assim como a governança de dados. A grande aposta tem centrado nos serviços de cloud que, de acordo com Hurd, obtiveram uma receita de US$ 579 milhões no trimestre. O faturamento com SaaS (software como serviço) e PaaS (plataforma como serviço) atingiu US$ 426 milhões, contou. Foram registrados 1.419 novos contratos em PaaS e 1.217 em SaaS. “Normalmente, as empresas que têm uma taxa alta de crescimento expandem de uma maneira mais lenta. Esse não é o nosso caso, nossa expansão tem sido cada vez maior”, comentou.
A companhia também registrou 1.100 novos clientes de ERP em nuvem. Para o mercado brasileiro, anunciou justamente a chegada da suíte dessa plataforma em cloud. Também reforçou que o crescimento nessa área tem sido o maior entre os provedores desse sistema e não evitou provocar a concorrência. “Nunca vimos a SAP”, disse.
Ao afirmar que a oferta de cloud, que ganhou esta semana 24 novos sistemas, é parte central de sua estratégia, o CEO da Oracle reforçou que a empresa quer garantir a oferta ponta-a-ponta. Segundo Hurd, 95% dos produtos do portfolio foram redesenhados “de uma forma moderna”. E considera um diferencial o fato de, segundo ele, ser a única fornecedora que tem oferta de SaaS e PaaS, tanto que voltou a instigar a concorrência. “Normalmente as empresas têm uma oferta em silos, que não se comunicam. A Salesforce, por exemplo, só tem força de vendas”, ressaltou.