Desoneração: Brasscom adverte para o fim de mais de 80 mil empregos em TIC
"Hoje é um dia muito triste para o setor de TIC, com exceção do Call Center. Toda a política de geração de emprego e renda dos últimos quatro anos foi fulminada com a decisão de aumentar a alíquota do imposto da folha de pagamento", sentenciou o presidente da Brasscom, Sergio Paulo Gallindo, em entrevista ao portal Convergência Digital, nesta quinta-feira, 25/06.
O executivo disse que, agora, todas as entidades - ABES, Assespro e sindicatos patronais e de empregados - vão concentrar os esforços no Senado. "É a nossa última chance de mudar e vamos tentar", diz o presidente da Brasscom. Ele reclamou o fato de existir muito pouco conhecimento do setor de TIC no parlamento e no próprio Brasil. "Infelizmente essa é a realidade. Os impactos de TIC não são levados em conta", diz.
Indagado sobre o efeito do aumento da alíquota de imposto - passou de 2% para 4,5% - Sergio Paulo Gallindo foi cauteloso para falar sobre efeitos imediatos, mas disse que o impacto será muito grande. "Vamos perder em dois anos cerca de 80 mil empregos. Levamos quatro anos para gerar 88 mil novos postos. Essa decisão desmonta toda a política setorial construída nesse período. E mais, a formalização do emprego vai também terminar. A 'criatividade' negativa vai voltar à mesa (referindo-se aos PJs)", lamentou.
A desoneração da folha de pagamento para o setor de TIC foi uma medida estruturante do plano TI Maior, criado em 2011, pela presidente Dilma Rousseff, para colocar o Brasil entre os países tops do setor. "O TI Maior acabou? o ponto central dele era a desoneração. Essa resposta, no entanto, cabe ao MCTI", completou.