Justiça não poupa Google e mantém processo por venda de dados pessoais

07/04/2015 20:32

A juíza federal, Beth Labson Freeman, de San Jose, Califórnia, negou o apelo do Google de arquivar processo que acusa a empresa de invadir a privacidade de clientes do serviço de pagamento eletrônico Google Wallet ao repassar dados pessoais a outros desenvolvedores de aplicativos. Em decisão, conhecida na quarta-feira, 01/04, a juíza sustentou que o Google precisa enfrentar as alegações de que descumpriu contrato com os usuários; infringiu obrigação de lidar com usuários corretamente e em boa fé; e violou uma lei de defesa dos consumidores da Califórnia. A magistrada rejeitou ainda duas outras acusações.

Beth Freeman afirmou que os usuários do Google Wallet podem tentar mostrar que o Google "frustrou" o propósito de sua própria política de privacidade ao permitir "abertura ampla e universal" de suas informações pessoais para desenvolvedores de aplicativos sempre que comprarem aplicativos da Google Play Store. A principal pleiteante é Alice Svenson, residente de Illinois que disse que o Google enviou desnecessariamente informação pessoal sobre ela para a YCDroid quando pagou 1,77 dólar a esse desenvolvedor por um aplicativo de e-mail.

Ela disse que o Google elevou o risco de roubo de identidade, ao enviar rotineiramente informação sobre usuários do Google Wallet, como endereços e códigos postais, telefones e e-mails para desenvolvedores de aplicativos. A porta-voz do Google, Anaik Weid, recusou-se a comentar a condenação. Lançado em 2011, o Google Wallet armazena informações de cartão de crédito e débito e permite a consumidores pagar por bens ao aproximar o celular de terminais nos caixa das lojas.