WikiLeaks volta à carga e publica mais arquivos confidenciais da Sony

22/06/2015 10:36

O pesadelo da Sony parece não ter fim. Depois de publicar, em abril deste ano, um banco de dados com mais de 30 mil documentos e 173 mil e-mails vazados por hackers após a invasão à base de dados da Sony Pictures Entertainment, ocorrida em dezembro de 2014, o WikiLeaks divulgou, na quinta-feira, 18, o que chama de "Arquivos da Sony – Parte 2," com mais de 276 mil documentos privados, e-mails e dados financeiros.

A divulgação dos dados da Sony coincide com o terceiro aniversário do "exílio" de Julian Assange, na embaixada do Equador em Londres. Assange, um ativista da internet na Austrália, fundou o WikiLeaks em 2006.

O motivo do ataque em 2014 foi atribuído ao lançamento do filme "A Entrevista", uma comédia que trata sobre um plano de dois jornalistas recrutados pela CIA para exterminar o líder norte-coreano Kim Jong Un.

De acordo com o site SlashGear.com, a nova divulgação traz de tudo, desde calendários de viagem de executivos, planejamento de eventos e relatórios de despesas que abrangem vários anos e empregados. Pouco menos de uma hora depois da publicação, o WikiLeaks tuitou a seguinte mensagem: "Sony Pictures, complicações legais, incluindo um inquérito por suborno", com um link para uma coleção de documentos advocatícios confidenciais.

A pirataria revela também informações médicas confidenciais dos funcionários, detalhes sensíveis de celebridades, incluindo a correspondência de Angelina Jolie para a cabeça, o número de telefone e endereço de e-mail de Emma Stone, entre outras.

"Eu fiquei tão abalada que fui para minha caixa de entrada e apaguei todos os meus e-mails", disse Ema Stone recentemente ao The Wall Street Journal. "Em cerca de 30 segundos, eu teclei 'Selecionar tudo' e 'Eliminar para sempre'. Seis anos de e-mails se foram para sempre. Eu estava tão assustada que alguém estive lá nas mensagens", disse a atriz. "Foi horrível, eu chorei por uma hora."

A legalidade de publicar os documentos é obscura. Eles foram roubados da Sony quando o sistema de computador foi invadido por hackers no ano passado. Sob a lei dos EUA, a Sony detém os direitos autorais desses documentos e não podem ser publicados sem a permissão da empresa.

Os advogados da empresa enviaram várias cartas de advertência a vários sites online que têm publicado o material roubado e ameaçando tomar medidas legais se os arquivos e e-mails não forem retirados. No entanto WikiLeaks, que tem sede na Suécia, se considera um site jornalístico, especializado em publicar informações secretas e confidenciais. Ele colocou a sua sede no país escandinavo por causa de suas leis, que protegem a relação entre jornalistas e suas fontes.