Obama lança amplo programa de sanções contra ameaças cibernéticas externas

O presidente Barack Obama lançou um programa de sanções para atingir indivíduos ou grupos fora dos Estados Unidos que utilizem, ou se beneficiem, de ataques cibernéticos que ameacem a política externa, a segurança nacional ou a estabilidade econômica. Foi dada uma ordem executiva permitindo que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos congele bens e barre outras transações financeiras no país de todos que estiverem relacionados a ataques cibernéticos destrutivos nas redes de empresas norte-americanas ou agências governamentais.

Segundo comunicado da Casa Branca, as ameaças cibernéticas estão no topo da lista de preocupações de segurança do presidente. “Somente no ano passado, vimos um aumento significativo na freqüência, escala e sofisticação de incidentes cibernéticos tendo como alvo o povo americano”, diz o documento. “Em muitos casos, essas ameaças decorrem de atores no exterior usando atividades cibernéticas maliciosas para causar danos aos americanos sem sair de suas mesas”.

A Casa Branca considera que a atividade cibernética suspeita – que envolve o roubo de informações confidenciais, incluindo identificações pessoais ou segredos comerciais – é muitas vezes motivada pelo lucro. E acredita que em função disso, as sanções econômicas e proibitivas de novos negócios poderão ter um impacto significativo. “Ao congelar bens das pessoas sujeitas a sanções e tornando mais difícil para eles fazerem negócios com entidades norte-americanas, podemos remover uma forte motivação econômica para a concretização desses atos, em primeiro lugar”, afirma o comunicado.

Segundo especialistas, a ordem executiva deu ao governo as mesmas ferramentas que os Estados Unidos mobilizam para enfrentar outras ameaças, incluindo crises no Oriente Médio e mais recentemente os conflitos que envolvem a Rússia na Ucrânia. E por conta de problemas nessa área, Obama entrou em conflito diplomático com a Coreia do Norte por culpá-la de um ataque de alto nível na Sony. Há suspeitas de envolvimentos de hackers de outros países, principalmente russos, em vários ataques a bancos e grandes empresas varejistas norte-americanas.

No início do ano, o presidente Obama propôs adicionar US $ 14 bilhões para o orçamento de 2016 para ajudar a melhorar a proteção dos sistemas de governo e de informática corporativa. Em fevereiro foi a vez de assinar uma outra ordem executiva para estabelecer uma parceria do governo com empresas do setor privado para compartilhar mais facilmente informações sobre ameaças cibernéticas.

Também anunciou esta semana a formação da Cyber Threat Intelligence Integration Center (CTIIC) que irá fornecer uma análise integrada de todas as fontes de ameaças cibernéticas para garantir que o governo dos EUA possa compartilhar a inteligência necessária para defender as redes críticas.