Watson, sistema de computação cognitiva da IBM, falará português até o final do ano
A IBM Brasil está otimista quanto ao desempenho do mercado brasileiro nos negócios que podem ser gerados com o sistema de computação cognitiva em nuvem Watson.
Até agora, a maior participação nas vendas tem vindo do mercado financeiro e dos seis clientes desse setor que já contrataram o serviço um é do Brasil, o Bradesco. Além de buscar novos contratos nessa área, a companhia também negocia com empresas brasileiras dos mercados de saúde, varejo, e educação. Não é por acaso que até o final do ano as equipes de especialistas terminam o trabalho de fazer com que o supercomputador fale português.
Fabio Scopeta Rodrigues, diretor de vendas Watson e Delivery Latam do sistema, acredita que possa se repetir no país a liderança de contratos na área financeira. Mas ele considera que o setor de saúde também terá grande importância, como acontece mundialmente. Essa área ganhou tal importância dentro dos projetos Watson que ganhou mundialmente uma unidade própria, a Watson Health. No Brasil, essa unidade está incorporada aos negócios Watson, sem necessidade de replicar o mesmo esquema dos Estados Unidos.
“Uma clínica na África poderá ter acesso a dados e pesquisas de um hospital de medicina avançada de países maduros”, comentou o executivo. Isso porque o fato de o sistema estar distribuído em nuvem facilita o acesso aos dados de qualquer lugar, inclusive com custos mais competitivos do que se houvesse uma estrutura tradicional envolvendo o sistema de computação cognitiva. No mercado brasileiro, há negociações com hospitais, clínicas e farmacêuticas.
A maior vantagem do Watson está em três pontos, através da experiência e análise de dados não estruturados, ele consegue levantar hipóteses, entende a linguagem natural e tem ainda um processo de raciocínio parecido com os humanos. “Ele tem a habilidade de observar, interpretar, entender o que fazer com a informação e tomar uma decisão. Como o cérebro humano”, observou Andy Narayanan , diretor da IBM para Estratégia Watson para Serviços Financeiros, um dos palestrantes do CIAB/Febraban 2015.
De acordo com Scopeta, o modelo de negócios envolvendo o Watson é flexível e aberto. “Um desenvolvedor pode criar uma app, contribuindo para o ecossistema e colocando seu produto nas Apps Stores”, observou.
O universo de aplicações do Watson é amplo e as experiências são diversas. “Quanto mais interage, mais o Watson aprende com os clientes”, ressaltou Narayanan. Um dos exemplos de aplicação nos Estados Unidos dado por ele é o trabalho conjunto com o Exército para facilitar a vida de soldados que regressam ao país depois de anos e precisam se readaptar.
Scopeta evita fazer previsões sobre o número de contratos Watson até o final do ano. Mas ressalta que o país está em uma posição privilegiada por ser o centro para delivery da solução para toda a América Latina.